O Avesso da Pele, de Jeferson Tenório - publicado em 2020 e vencedor do Prêmio Jabuti em 2021 na categoria “Romance Literário” - é uma obra da nova ficção literária brasileira, sobre identidade e as complexas relações raciais, violência e negritude, que traz questões centrais da sociedade brasileira como o racismo e o preconceito, além de um denso relato sobre as relações entre pais e filhos, mas também de superação e liberdade. Com habilidade incomum para conceber e estruturar personagens e de lidar com as complexidades das relações familiares, Jeferson Tenório se consolida como uma das vozes mais potentes e corajosas da literatura brasileira contemporânea.
Livro indicado para o 1° semestre de 2024
Contos de Franz Kafka. O autor, nascido em Praga em 1883, é considerado pelos críticos como um dos escritores mais influentes
do século XX e, em 2024, completa 100 anos de morte.
A escrita de Kafka elege principalmente temas do cotidiano, do indivíduo comum. Sua narrativa é caracterizada pelo
realismo, com tendência metafísica e, situada entre a lucidez da razão e o sarcasmo. Foram selecionados três contos
que estão disponíveis do livro Essencial Franz Kafka: “Na colônia Penal”; “Um artista da fome” e “Um relatório para uma academia”.
Livro indicado para o 2° semestre de 2023
Flores de Alvenaria, de Sérgio Vaz, é a obra escolhida para o Clube do Livro desse semestre.
Sérgio Vaz é considerado o poeta da periferia. Mora em Taboão da Serra (Grande São Paulo) e, além de escrever,
é agitador cultural nas periferias do Brasil. É criador da Cooperifa (Cooperativa Cultural da Periferia) e
um dos criadores do Sarau da Cooperifa — movimento que transformou um bar da periferia da zona sul de São Paulo
em um centro cultural.
Livro indicado para o 1° semestre de 2023
A atual era geológica, que os cientistas chamam de Antropoceno, construiu uma espécie de espelho estranho e digitalizado, como um monitor de smartphone que reflete a imagem da civilização da racionalidade ocidental com ares de uma humanidade próspera, inabalável, feliz, segura de si, que supera e superará sempre suas rugas e marcas da violência do tempo por ideais equivocados com retoques de progresso técnico, como um photoshop a esconder os pontos que indicam seu próprio fim. Ler o livro de Ailton Krenak, Ideias para Adiar o Fim do Mundo, é se colocar diante de um outro tipo de espelho, analógico e cheio de ancestralidade, sem truques e perturbador. Nesse não há maquiagens da razão instrumentalizada, das grandes corporações e de organismos internacionais, que insistem em apresentar a mesma imagem, a mesma história da produtividade e da mercadoria onipresente e onisciente. A proposta de adiar o Fim do Mundo, como diz Ailton Krenak, é uma provocação constante, um apelo, uma astúcia, para que se tenha o direito de contar pelo mais uma história, como fazia Sherazade em mil e uma noites. É uma história da dança, do canto, da vida e sua fruição, de sua alegria, que Krenak considera fundamental narrar. Para tanto, no mínimo, é preciso romper com essa noção de humanidade que foi apresentada como única e, pior, distante da Terra. Se há humanidade ela não seria apenas uma, mas múltipla, seriam humanidades. E essas humanidades que não veem sentido na separação em relação à Terra, muitas vezes são vistas como sub-humanidades, pois rejeitando o mundo da mercadoria que vive a comer o planeta, são passíveis de extermínios recorrentes, como o crime de Mariana e o recente genocídio Yanomami. Para usar as palavras do próprio Ailton Krenak, “Os quase-humanos são milhares de pessoas que insistem em ficar fora da dança civilizada, da técnica, do controle do planeta. E por dançar uma coreografia estranha são tirados de cena, por epidemias, pobreza, fome, violência dirigida” (p. 70). Um dos ensinamentos do livro de Krenak é permitir que esses milhares de povos nos contem mais e mais histórias, em que o prazer pela a fruição da vida não seja tão fugaz em função do tempo acelerado do consumo de mercadorias, aumentando nosso tempo de vida, adiando o fim do mundo. É uma questão de sobrevivência, portanto, que se espera não restrita a mil e uma noites, como no conto indiano.
Livro indicado para o 2° semestre de 2022
Publicada em 1927, Brás, Bexiga e Barra Funda é a obra importante de Antônio de Alcântara Machado (1901-1934).
Ao longo dos 11 contos nela coligidos, o autor observa as transformações sociais da capital paulista sob
o prisma da imigração italiana.
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Livro indicado para o 1° semestre de 2022
Quarto de Despejo foi publicado em agosto de 1960, a obra reúne cerca de 20 diários
escritos por Carolina Maria de Jesus, mulher negra, mãe solteira,
pouco instruída e moradora da favela do Canindé (em São Paulo). Quarto de Despejo foi um sucesso de
vendas e de público porque lançou um olhar original da favela e sobre a favela. Traduzido para treze
idiomas, Carolina ganhou o mundo e foi comentada por grandes nomes da literatura brasileira como Manuel
Bandeira, Raquel de Queiroz e Sérgio Milliet. Leia mais em
1
ou 2."
Livro indicado para o 2° semestre de 2021
Andróides sonham com ovelhas elétricas?, também conhecido como "O Caçador de Androides", esse livro sobre distopias foi parar nas telas de cinema sob o nome de “Blade runner: o caçador de androides”, de Ridley Scott. A obra de Philip K. Dick (1928–1982) traz um caçador de recompensas perseguindo androides em um cenário futurístico e distópico.
Tais androides foram fabricados por uma empresa em um planeta Terra devastado por uma guerra atômica e, enquanto a população sobrevivente vive em colônias espaciais, Rick Deckard, um caçador de recompensas, precisa eliminar qualquer criatura que esteja vivendo de forma ilegal no planeta. Fonte: Melhores Distopias.
Livro indicado para o 1° semestre de 2021
Escrito por Ray Bradbury em 1953, Fahrenheit 451 revolucionou a literatura com um texto que condena não só a opressão anti-intelectual nazista, mas principalmente o cenário dos anos 1950, revelando sua apreensão numa sociedade opressiva e comandada pelo autoritarismo do mundo pós-guerra. O romance apresenta um futuro onde todos os livros são proibidos, opiniões próprias são consideradas antissociais e hedonistas, e o pensamento crítico é suprimido. O personagem central, Guy Montag, trabalha como "bombeiro" (o que na história significa "queimador de livro"). O número 451 é a temperatura (em graus Fahrenheit) da queima do papel, equivalente a 233 graus Celsius.
Através dos anos, o romance foi submetido a várias interpretações primeiramente focadas na queima de livros pela supressão de ideias dissidentes. Bradbury, porém, declarou que Fahrenheit 451 não trata de censura, mas de como a televisão destrói o interesse pela leitura. Fonte: Wikipedia.
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Livro indicado para o 1° semestre de 2020
A Revolução dos Bichos é um verdadeiro clássico moderno, concebido por George Orwell, um dos mais influentes escritores do século XX, é uma fábula sobre o poder. Narra a insurreição dos animais de uma granja contra seus donos. Progressivamente, porém, a revolução degenera numa tirania ainda mais opressiva que a dos humanos. Fonte: Livraria Cultura.
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Livro indicado para o 2° semestre de 2019
A Hora da Estrela é uma obra de 1977 escrita por Clarice Lispector. É uma narrativa plena de ideias e de elementos para reflexão e análise. Ler tal obra é ser, de alguma forma, violentamente lançado num universo inquietante e questionador. É impossível não se sentir tentado a tecer comentários sobre os temas sociais e culturais abordados a partir da experiência da protagonista, a jovem Macabéa. Ao nos depararmos com a sua trajetória como migrante e mulher numa cidade grande, desponta uma necessidade urgente, uma quase obrigação de elaborarmos algumas respostas nem que seja para nós mesmos quanto à discriminação, à exclusão e a vida no espaço urbano. Surge uma vontade de agir, como se pudéssemos gritar (e ser ouvidos) em bom e alto som: Reage Macabéa! Fala alguma coisa! (Adaptado de MELO, Luciana da Silva. “Resenha – A Hora da Estrela: uma narrativa de pequenas epifanias”. RBSE – Revista Brasileira de Sociologia da Emoção, v. 14, n. 42, p. 149-157, dez de 2015).
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Livro indicado para o 1° semestre de 2019
No século 13, após uma viagem que teria durado 30 meses, o mercador veneziano Marco Polo chegou às portas do Extremo Oriente e conheceu a capital do imenso império de Kublai Khan: Cambaluc, atual Pequim. Lá o jovem Marco permaneceu por 17 anos, desempenhando importantes funções diplomáticas na corte do Grande Khan. Isso é o que está registrado nos compêndios de história.
Em As Cidades Invisíveis (1972), Italo Calvino extrapola os fatos possíveis e imagina um diálogo fantástico entre "o maior viajante de todos os tempos" e o famoso imperador dos tártaros. Melancólico por não poder ver com os próprios olhos toda a extensão dos seus domínios, Kublai Khan faz de Marco Polo o seu telescópio, o instrumento que irá franquear-lhe as maravilhas de seu império.
Polo então começa a descrever minuciosamente 55 cidades por onde teria passado, agrupadas numa série de 11 temas: "as cidades e a memória", "as cidades e o céu", "as cidades e o mortos" etc. As visões, projetadas numa rigorosa arte combinatória, bebem de muitas fontes, desde as Mil e Uma Noites até as megalópoles que vemos no cinema. O resultado é um livro extraordinário e indefinível. Fonte: Biblioteca Folha.
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Livro indicado para o 2° semestre de 2018
Publicado pela primeira vez em 1928, Macunaíma do escritor brasileiro modernista Mário de Andrade é considerado um dos livros mais importantes da história da literatura de nosso país. A obra, que critica o romantismo e traz um indianismo moderno sob uma ótica mais cômica, faz uso de lendas e mitos indígenas, registrando um pouco do folclore brasileiro. Sua estrutura inovadora para época, com um enredo atemporal marca a obra com tendências surrealistas, cheias de fantasias. Fonte: Techtudo.
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Livro indicado para o 1° semestre de 2018
Clara dos Anjos é um livro póstumo do escritor brasileiro Lima Barreto, pertencente ao pré-modernismo brasileiro. Concluído em 1922, ano da morte do autor, foi publicado em 1948. A história é contada no subúrbio do Rio de Janeiro. Clara dos Anjos, filha do carteiro Joaquim dos Anjos, é uma mulata muito bem educada por bons valores ao lado de sua família, mas um dia se apaixona pelo malandro Cassi Jones, um jovem ignorante. Devido a suas várias aventuras, o pai de Cassi não fala mais com ele, por causa de seus abusos às várias donzelas e fins de vários casamentos. A mãe de uma das vítimas se suicidou, e o marido dela distribuiu um dossiê sobre Cassi por toda a cidade. Cassi vai a São Paulo para um possível emprego, Clara engravida e revela a sua mãe toda a verdade. Sua mãe tenta falar com a família de Cassi, mas é tratada como mais uma mulata que cai na lábia de Cassi. Convencida pela vizinha, dona Margarida, que procurara na tentativa de conseguir um empréstimo e fazer um aborto, ela confessa o que está acontecendo à sua mãe. É levada a procurar a família de Cassi e pedir “reparação do dano”. A mãe do rapaz humilha Clara, mostrando-se profundamente ofendida porque uma menina negra quer se casar com seu filho.
Fonte: Wikipédia.
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Leitura para o 2° semestre de 2017
A Metamorfose (Die Verwandlung) é a mais célebre novela de Franz Kafka e uma das mais importantes de toda a história da literatura. Sem a menor cerimônia, o texto coloca o leitor diante de um caixeiro-viajante - o famoso Gregor Samsa - transformado em inseto monstruoso. A partir daí, a história é narrada com um realismo inesperado que associa o inverossímil e o senso de humor ao que é trágico, grotesco e cruel na condição humana - tudo no estilo transparente e perfeito desse mestre inconfundível da ficção universal. Fonte: Saraiva.
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Leitura para o 1° semestre de 2017
A Tempestade (The Tempest) é uma peça teatral do dramaturgo inglês William Shakespeare, que acredita-se ter sido escrita entre 1610 e 1611. É considerada por muitos críticos como a última peça escrita pelo autor. Uma Ilha é habitada por Próspero, Duque de Milão, mago de amplos poderes, e sua filha Miranda, que para lá foram levados à força, num ato de traição política. Próspero tem a seu serviço Caliban, um escravo em terra, homem adulto e disforme, e Ariel, o espírito servil e assexuado que pode se metamorfosear em ar, água ou fogo. Os poderes eruditos e mágicos de Próspero e Ariel combinam-se e, depois de criar um naufrágio, Próspero coloca na Ilha seus desafetos (no intuito de levá-los à insanidade mental) e um príncipe, noivo em potencial para a filha. Se o amor acontece entre os dois jovens, se a vingança de Próspero é bem-sucedida, se Caliban modifica-se quando conhece os poderes inebriantes do vinho numa cena cômica com outros dois bêbados, tudo isso Shakespeare nos revela no enredo desta que por muitos é considerada sua obra-prima – uma história de dor e reconciliação.
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Leitura para as Férias de Julho/2016
Admirável Mundo Novo foi escrito por Aldous Huxley, um escritor inglês e um dos mais proeminentes membros de sua família. O escritor passou parte da sua vida nos Estados Unidos, e viveu em Los Angeles de 1937 até a sua morte, em 1963.
O enredo trata de Bernard Marx, um personagem que sente-se insatisfeito com o mundo onde vive, em parte porque é fisicamente diferente dos integrantes da sua casta. Num reduto onde vivem pessoas dentro dos moldes do passado uma espécie de "reserva histórica" - semelhante às atuais reservas indígenas - onde preservam-se os costumes "selvagens" do passado (que corresponde à época em que o livro foi escrito), Bernard encontra uma mulher oriunda da civilização, Linda, e o filho dela, John. Bernard vê uma possibilidade de conquista de respeito social pela apresentação de John como um exemplar dos selvagens à sociedade civilizada.
Para a sociedade civilizada, ter um filho era um ato obsceno e impensável, ter uma crença religiosa era um ato de ignorância e de desrespeito à sociedade. Linda, quando chegada à civilização foi rejeitada pela sociedade.
O livro desenvolve-se a partir do contraponto entre esta hipotética civilização ultra-estruturada (com o fim de obter a felicidade de todos os seus membros, qualquer que seja a sua posição social) e as impressões humanas e sensíveis do "selvagem" John que, visto como algo aberrante, cria um fascínio estranho entre os habitantes do "Admirável Mundo Novo".
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Livro indicado para o 2° bimestre de 2016
Germinal é um romance de Émile Zola, um consagrado escritor francês, considerado criador e representante mais expressivo da escola literária naturalista.
Escrito em 1885, a cena tem lugar no norte da França e retrata aspectos técnicos das extrações minerais e as condições de vida nos agrupamentos dos mineiros.
Germinal baseia-se em acontecimentos verídicos. Para escrevê-lo, Émile Zola trabalhou como mineiro numa mina de carvão, onde ocorreu uma greve sangrenta que durou dois meses. Atuando como repórter, adotando uma linguagem rápida e crua, Zola pintou a vida política e social da época como nenhum outro escritor. Mostrou que o ambiente social exerce efeitos diretos sobre os laços de família, sobre os vínculos de amizade, sobre as relações entre os apaixonados. A história se passa na segunda metade do século XIX, mas os sofrimentos que Zola descreve continuam presentes em nosso tempo.
Etiénne chega de madrugada na cidade de Marchiennese e logo vê uma mina de carvão chamada Voreux. Quando uma trabalhadora morreu, Etiénne ocupou seu lugar. Na mina, as condições eram péssimas. Para escavar, os mineiros tinham que se ajoelhar, além da temperatura ser de 35°C e o ar não circulava. Ele ficou na casa da família Maheu, onde vivia o velho “Boa Morte”, seu filho, nora e netos. Quase todos trabalhavam na mina para garantir uma renda que permitisse viver. Para realizar a higiene pessoal, banhavam-se em uma tina, partilhando todos da mesma água. Etienne acaba apaixonado por Catherine, a filha mais velha de Maheu, que já está comprometida com Chaval. Quando o salário dos mineiros sofre uma redução eles entram em greve.
É possível interpretar Germinal em diferentes aspectos, de maneira geral os leitores fazem uma análise crítica das relações de trabalho e justiça social, esta é, sem dúvida, uma avaliação importante dos elementos descritos na obra. Outras abordagens, porém, também merecem destaque como as condições de saúde da população trabalhadora, o papel histórico desempenhado pelas mulheres, e, talvez uma das mais importantes, as relações estabelecidas pelo homem com o meio ambiente que o circunda.
Obras pertencentes ao movimento literário conhecido como naturalismo abordam a realidade social e portanto consistem em um ótimo retrato da sociedade da época.
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